FOHÁTICA impressão do pensamento divino

Esta obra contém simbolismo e chaves de interpretação que estão enraizadas em estudos de viés teosófico, filosófico e textos sagrados. Para compreendê-las mais profundamente, é necessário mergulhar nesses conhecimentos, explorando conceitos espirituais e metafísicos presentes em tradições universais. Estás convidado à explorar com curiosidade e abertura, pois cada detalhe possui camadas de significado que vão além da superfície.


Fohat é o raio veloz que liga eternamente o indivisível ao manifesto, o reflexo do Pai-Mãe em potencialidade. Ele é o pulsar do coração invisível do Cosmo, o sopro que dá vida às estrelas e as coloca em suas órbitas.” 

| Doutrina Secreta Vol. 1 - Cosmogênese |

FOHAT é um termo de cunho teosófico que se refere à força universal que conecta a energia divina à matéria. Ele pode ser compreendido como uma energia vital ou corrente elétrica cósmica, essencial para a criação e a organização do universo manifesto. Fohat representa o elo dinâmico que transforma o potencial invisível do divino em formas tangíveis e vibrantes, revelando-se na harmonia das leis naturais e na interligação de tudo o que existe. Essa é a energia que faz a "ponte" entre o espírito e a matéria em todos os níveis da existência.

Este conceito pode ser exemplificado por diferentes vertentes, como o pensamento antroposófico a visão psicológica e a filosófica. Também podemos relacionar os planos da existência à experiência humana e percebemos que cada plano está diretamente ligado aos sentimentos e à forma como vivemos e interpretamos o mundo ao nosso redor.

"Deus está em todas as partes e passeia seu olhar sobre todas as coisas… Júpiter ocupa o lugar intermediário entre o céu e a terra”.

| Discurso de iniciação - Corpus Hermeticum |

Sob a ótica metafísica e teosófica esses planos não são apenas níveis de realidade, mas também camadas de consciência que moldam quem somos. Eles servem como veículos para nossa alma ou consciência, permitindo-nos explorar diferentes aspectos da vida e da existência. É possível também realizar uma analogia a arquétipos espirituais e como os planetas do nosso sistema solar se correspondem a cada plano e o que eles trazem consigo como aprendizado.

Assim o micro com o macro podem corresponder-se diretamente um com o outro e com isso podemos perceber como cada planeta pode expressar um conceito metafísico e hermético quando aplicado o (princípio do mentalismo) sobre todos os planos por exemplo, pois ele ordena todos os planetas e todos os planos da consciência. E cada plano tem a sua lei correspondente dentro dos princípios herméticos.

"Aquele que está além dos cinco invólucros é o Ser verdadeiro, eterno e imutável.

Ele é bem-aventurança pura (Ananda), e aquele que o conhece alcança a imortalidade".

 | Taittiriya Upanishad (II.1-5) |

Em tradições como o Hinduísmo e o Budismo, a alma atravessa ciclos contínuos de nascimento, morte e renascimento, que não são apenas movimentos cíclicos, mas expressões profundas da interação entre os planos da existência e os sentimentos humanos. Esses ciclos refletem o processo constante de aprendizado e purificação, onde os planos da consciência oferecem veículos para o crescimento espiritual e emocional.

Esses ciclos são vistos como oportunidades para aprendizado, evolução e purificação. O objetivo último é transcender esse ciclo cíclico e retornar à unidade divina ou ao "absoluto". Os ensinamentos dos Upanixades fornecem a base metafísica que complementa a visão teosófica sobre os planos de consciência. Enquanto os Koshas se concentram na experiência humana individual e espiritual, a teosofia expande essa ideia para descrever uma cosmologia universal mais ampla. Ambos os sistemas, no entanto, convergem na ideia de que a alma evolui por meio de veículos e planos, em direção à realização de sua verdadeira natureza divina.

Há algo que forma o caos antes do céu e da terra, silencioso e vazio,

Está só e imutável, movendo-se em círculos eternamente, é a mãe de tudo o que existe.

Eu não sei seu nome, mas o chamo de TAO, se eu precisasse dar-lhe um nome, chamaria de 'Grande'.

Ser grande significa ir longe, ir longe significa voltar”.

| 25º Aforismo - TAO TE KING |

"Ser grande significa ir longe; ir longe significa voltar." Esse trecho ilustra a essência cíclica e dinâmica do TAO, onde o movimento aparente de expansão é, na verdade, parte de um processo inevitável de retorno à origem. Esse conceito conecta-se diretamente ao Fohat, como a energia cósmica que move e organiza os planos da existência, sempre conduzindo-os de volta à unidade divina. Essa passagem reflete a ideia de que tudo no universo está em constante fluxo e transformação, mas que esse movimento, por mais que pareça afastar-se da origem, inevitavelmente retorna a ela.

No contexto taoísta, o TAO é a fonte de todas as coisas o “absoluto“, e tudo que emerge dele segue um ciclo: nasce, se manifesta, se transforma e retorna ao TAO. Isso exemplifica o equilíbrio cósmico e a interconexão de todas as coisas. O taoísmo e a teosofia compartilham a ideia de que o movimento cíclico é parte de uma lei universal que rege o cosmos. Esse ciclo não é apenas físico, mas também metafísico e espiritual,

Enquanto o taoísmo foca na fluidez e naturalidade do retorno ao TAO, a teosofia expande isso em termos de evolução da consciência e do propósito espiritual da alma, vinculando a ideia de retorno ao progresso e à transcendência final do ego e da ilusão. Ambos os sistemas sugerem que, independentemente da distância percorrida ou das experiências vividas, tudo retorna à sua origem divina, e esse retorno é enriquecido pelo aprendizado e transformação acumulados ao longo da jornada.

“Um fractal como o conjunto de Mandelbrot representa o TODO, onde cada parte (zoom em qualquer região) reflete o padrão do todo”.

| Analogia metafísica - (lei do retorno eterno e conjunto de Mandelbrot) |

Um exemplo comparativo que une a lei do eterno retorno e o aforismo Taoísta pode ser encontrado na natureza através das fractais, e pela matemática através do Conjunto de Mandelbrot. O ato de dar "zoom" em um fractal é análogo à observação da manifestação do TAO em diferentes escalas, sem alterar sua essência. Esse processo reflete o comportamento não-intervencionista do TAO, que permite que tudo flua naturalmente, estando presente em todas as dimensões. 

No caso dos fractais, como no Conjunto de Mandelbrot, o comportamento de (a sequência iterativa) revela padrões de complexidade infinita a partir de regras simples. Essa manifestação pode ser vista como a expressão pura do TAO: uma essência simples, mas que se apresenta em formas infinitamente complexas. 

O "zoom", uma ação que revela a continuidade do padrão, reflete a não-ação do TAO, pois não impõe mudanças no que já é inerentemente harmonioso e perfeito em cada nível. Em qualquer escala, o comportamento de Z reflete o "TUDO", um conceito que é inteiramente consistente com o TAO, pois ele não muda em essência, mas suas manifestações variam conforme a perspectiva. Assim, o TAO e os fractais revelam, de forma paralela, que a verdadeira essência do universo está em sua simplicidade e harmonia, que se manifesta de formas infinitamente variadas, mas inalteradas em seu núcleo.

Ambos apontam para um "design invisível" que conecta todas as coisas, reforçando a visão de que a verdade universal pode ser encontrada tanto no micro quanto no macro. Essa relação revela a profundidade da sabedoria taoísta, que antecipa conceitos matemáticos e científicos modernos, mostrando que o universo é simultaneamente simples em sua essência e infinito em suas manifestações.

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.

E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também”.

| João 14:2-3 |

No evangelho de João, Cristo fala de ir e preparar um lugar, o que simboliza o afastamento temporário do discípulo de sua origem divina. Porém, essa distância não é um abandono, mas um processo de preparação e aprendizado, que culmina no retorno. No Taoísmo, a "distância" do TAO ocorre quando a manifestação (ou o "Dez Mil Seres") emerge da unidade. Contudo, o retorno ao Tao é inevitável, pois tudo deve completar o ciclo. Cristo diz que voltará para levar seus discípulos à unidade com ele, simbolizando o retorno ao estado de comunhão com Deus. No TAO, o movimento essencial é sempre de volta à origem, reafirmando que a evolução espiritual é um caminho circular.

O versículo aponta que o destino final do ser humano é estar "onde Cristo está", ou seja, em união com o divino. No Taoísmo, tudo retorna ao TAO, a essência primordial, representando a mesma ideia de unidade com a origem suprema. Com isso podemos ter uma visão comparativa sobre este versículo bíblico, pois a consciência se afasta da unidade (Deus ou TAO) para experimentar a multiplicidade e aprender. Após o aprendizado, ela retorna ao estado original, mas com maior plenitude e sabedoria, completando o ciclo.

Todas essas expressões e analogias convergem para revelar a sublime dança do divino, onde o pensamento FOHÁTICO pulsa como a melodia primordial. Em cada forma, cada ciclo, e cada plano, ele imprime sua essência infinita, um eco eterno do divino que permeia e transforma o universo manifesto, ligando o efémero ao eterno em uma harmonia sem fim.


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